16.7.10

10 filmes para ter orgulho do cinema nacional

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Para estrear o meu canal no Slideshare, fiz um infográfico comemorando o 19 de junho, dia do cinema brasileiro. Existe um movimento que afirma que é em 5 de novembro, mas creio que seja uma data comercial criada pelo Cinemark, com ingressos a R$ 2,00 pra ver Globo Filmes. De acordo com o site da Ancine é em 19 de julho que a gente deve pensar sobre a produção audiovisual brazuca. O Guia dos Curiosos relata que nesta data, em 1898, quando retornava de uma viagem à França, o cinegrafista italiano Afonso Segreto registrou as primeiras cenas em movimento em terras brasileiras. Era uma documentação da entrada da baía da Guanabara.

Confere aí em cima uma lista de 10 produções que muito me agradam. Como este blog é sobre o meu umbigo, o critério da lista são aqueles que considero as melhores produções nacionais desde a retomada. Além de ser os que mais gosto e respeito, também considerei a relevância desses filmes no cenário do cinema brasileiro. Pensando sobre a nossa falta de identidade e ao mesmo tempo sobre a falta de exploração da multipluralidade dela, elegi produções para questionar para onde o nosso cinema pode apontar - ou para onde poderia ter apontado.

Ao 15 anos, quando eu vi Terra Estrangeira em VHS e nem sabia quem era Walter Salles, tive duas impressões sobre cinema brasileiro: o áudio era desastroso* e que o Brasil poderia fazer thrillers competentes como os norteamericanos. Não era cinema comercial, mas dava a entender que poderia existir um cinema de apelo e qualidade aqui. Não foi o que aconteceu. Foram necessários mais alguns anos, até Cidade de Deus surgir e mostrar que o cinema de identidade também pode ter estética contemporânea e formato comercial. E mais uns bons anos para fazer um filmasso de ação pra assistir com combo no colo (Tropa de Elite) – e capaz de virar fraquia, como diz na cartilha de quem sabe fazer cinema como indústria. A razão por esses dois filmes não estarem na lista é justamente por todo mundo ter visto, ao contrário dos eleitos, que merecem uma corrida até a locadora – dois deles ainda não estão disponíveis para home video.

O que me chamou a atenção, quando revi a lista, foi que somente um desses filmes é descompromissado, uma comédia da Casa de Cinema. Os outros são produções festivaleiras, alguns com tons bem pesados e três excelentes documentários. De certa forma, esse infográfico levanta essa relação sobre cinema de identidade cultural e cinema comercial e mesmo sobre o bastante discutível Olimpo dos realizadores brasileiros. Afinal, o primeiro filme da lista é o único de um diretor espetacular que fez carreira na televisão.

*corrigido na edição em DVD.