21.11.11

'Lá Longe' no Twitter: o que teve?

Na noite do dia 12, quando foi exibido o Lá Longe pela RBS TV, fui até a casa do estimado roteirista do curta, @oursopanda, para buscarmos no Twitter os comentários do público a respeito. Eis aqui os principais resultados:

Teve quem deixou o rango esfriando no prato e prestou atenção, como faz religiosamente todo sábado depois do Jornal do Almoço.

Teve quem não perdeu a chance de ganhar meia-dúzia de RT com mais uma piada brilhante, já que nem sempre se pode estar brilhando nos TT's. E teve quem se identificou. Olha isso:

Teve quem empilhou lata de breja na garagem, como todo chato do churrasco. Não pegou ninguém e terminou o sábado bebendo todas no postinho, escorado no Chevete com o som alto tocando Michel Teló:

Teve um lindo dando RT.

Galera da film comission:


Mas falando sério, ficamos contentes com a quantidade de comentários, independente do conteúdo. O filme agora é do telespectador e ele tem todo o direito de achar o que bem quiser. É nosso papel da próxima vez fazer um "bagulho menos besta" e que não "acabe logo no início". A propósito, um salve para o @rogergc, @cacazinha e @glaubeercruz por fazerem a gente ter mais certeza ainda de que vale a pena. E para a @porrafefe e a @mi_sturmer que, se assitirem de novo, aposto que vão entender um pouco mais. Obrigado!

11.11.11

6.6.11

Pioneiro, orgulho da nossa Serra


Pioneiro - Orgulho da Nossa Serra from Cosmonauta Filmes on Vimeo.
Versão institucional do filme da campanha 'Orgulho da Nossa Serra' do jornal Pioneiro.

Agência: Fattore Comunicação Integrada
Anunciante: Pioneiro
Produtora: Cosmonauta Filmes
Direção: Juliano Carpeggiani
Direção de produção: Marcus Vinícius Tonin
Direção de fotografia: Alesi Ditadi
Assistente de fotografia: Luciano Paim
Direção de arte: Carolina Michelon
Assistentes de arte: Silvia Letícia Ferreira
Assistente de direção: Paula Wegner Leite
Redator: Tiago Cecconello Sebben
Montagem e finalização: Pablo Martinez
Música: Rodrigo Marcon e Ricardo Mabília
Finalização de som: Sona Produtora de Som
Produção executiva: Gustavo Giani Toigo
Aprovação/cliente: Luis Zanini e Roberto Zoratto



http://www.cosmonautafilmes.com.br


Pioneiro.com

1.5.11

Deuses da mitologia nórdica não fazem sexo

Eu só conhecia Thor por um filme característico da Sessão da Tarde do início dos anos 1990, Uma Noite de Aventuras (Adventures in Babysitting, dirigido pelo Chris Colombus em 1987), em que Elisabeth Shue era a babá cuidando de uma turma envolvida em muitas confusões. Uma menina da turma era fã do Thor e passava o filme todo com o capacete de asas e o Mjölnir de brinquedo. Em uma cena, eles encontram um mecânico que ela jura ser o próprio Thor (interpretado por Vincent D'Onofrio, do Law & Order, quando era garotão). Eu tb já havia visto também imagens esporádicas dos quadrinhos e do desenho animado dos anos 1960, mas nunca me despertaram atenção.



Isso até cerca de um ano atrás, quando vazou na web um vídeo sensacional de 4 minutos do filme da Marvel, exibido na Comic-Con em San Diego. Vi duas ou três vezes no mesmo dia. O material editado apontava que ia ser um filmasso de primeira, pra ver com combo de pipoca e refrigerante no colo, com todos os ingredientes de um bom espetáculo carcaterístico da temporada do verão norte-americano. E é justamente o que Thor, a produção dirigida por Kenneth Branagh, é. São duas horas de uma boa fantasia absurda como não se via há muito tempo, mais precisamente desde que Aragorn assumiu o trono de Gondor na Terra Média.

Se só a ideia de transformar um deus da mitologia nórdica em um herói de quadrinhos já era uma baita sacada, imagine como funciona uma caprichada transposição para o cinema. Thor é um cara abusado, arrogante e vicidado num quebra-pau, préstes a assumir o trono em Asgard, reino de um universo paralelo. Contrariando a política de paz do pai, o rei Odin (Anthony Hopkins, muito digno), Thor faz uma cagada federal e reacende a rivalidade milenar com os assustadores Gigantes de Gelo. Como punição pela imaturidade, Odin exila o filho na Terra - este plano inferior de vibração baixa, bem próximo aos umbrais, em que os nativos estão o tempo todo desconcentrados porque os instintos primitivos entendem que tudo se resume à prática do coito (guarde bem isso). Aqui chegando, como todo bom clichezão do saudoso Aristóteles, nosso herói entra numa jornada de redenção que vai torná-lo mais humilde e merecedor do trono até o final da história.

O vilão da história é Loki, outro deus mitológico e irmão adotivo de Thor. Mas ao contrário de habituais antagonistas de quadrinhos, em que o personagem é semente ruim desde o jardim de infância e fica tudo por isso mesmo, dessa vez vemos a ascenção do vilão ao descobrir a verdade sobre a sua origem. Algo que já o perturbava, levantando questionamentos sobre a predileção do pai por Thor. Armar contra o pai e o irmão sucessor do trono é tão clichê que até Gladiador ganhou o Oscar por tabela com isso. Mas fazer clichê direitinho é coisa de profissional (seja roteirista, produtor ou diretor) que já comeu bastane feijão. Em Thor, dá pra comer clichê com farofa e depois se saborear lambendo os beiços na saída do cinema.


Viral da Marvel para promover o filme, parodiando a campanha com o Mini Darth Vader da Volkswagen.

Falando em lamber beiços, Natalie Portman é o par romântico do herói. Embora seja interpretada pela única atriz do cinema a despetar de fato instintos matrimoniais no autor desse blog, é nessa personagem que reside a única grande falha do filme. Não dá pra comprar o romance instantâneo dos dois. A caçadora de tornados fica fissurada pelo protagonista logo que vê ele à la Lendas da Paixão, de calça jeans e sem camisa. O problema é que essa fissura evoliu para amor muito rapidamente. Da mesma forma, Thor, que até então era indiferente aos reles humanos, também é motivado num piscar a salvar a Terra só porque corresponde a terráquea. Não houve construção para a gente acreditar nesse amor todo. Aí que vem a minha teoria: Thor é um marmanjão virgem. Pensando bem, esse deve ser o caso. Na única cena premeditada no roteiro para haver uma aproximação do casal, uma conversa sob as estrelas no deserto, não há qualquer tensão sexual. Que sirva de lição: se não houver tempo na minutagem para construir amor puro e verossímil porque o ritmo do filme não deixa a ação parar, tem que rolar um sexo bem pegado! Sem nem tirar as calças jeans. Só precisa desabotoar. Amor de pica/peca já justificaria a intensidade das motivações que o casal tem no terceiro ato. É assim que funciona na Terra. Isso não adianta fantasiar. Logicamente que o estúdio não deixaria uma cena ousada passar porque a classificação limitaria os adolescentes a entrar no cinema. Mas que faltou a pegação, faltou. Se tivesse rolado um arreto no capricho ali no deserto, com a mortal seduzindo pra valer o deus do trovão, todo mundo no cinema estaria com a libido à flor da pele torcendo para que o casal enfrente o conflito, supere as adversidades, pra depois ser recompensado com o coito sem pressão.

Estranhamente, essa falta de construção do romance não compromente a bela cena final do filme (antes dos créditos finais, não a cena-surpesa do Nick Fury depois do scrolling). Keneth orientou a emoção na medida certa pra fazer as glândulas lacrimais entrarem em ação discretamente só para criar a expectativa pelo próximo capítulo. Lembrou os melhores momentos do Desmond e da Penelpe em Lost (há quem deve achar que foi cópia descarada). Próximo capítulo aliás, que ainda não vai ocorrer. Os créditos finais já anunciam que Os Vingadores, reunião do elenco de heróis da Marvel que acontece em 2012, é a continuação direta de Thor.

Thor não é um Cavaleiro das Trevas, mas é uma diversão muito saborosa. Não é de restaurante fino mas foi feito por um chef competente. Só que o sujeito que está indo para o multiplex tem que saber onde está se metendo. Pagar ingresso para ver uma fantasia e não estar disposto a comprar a proposta é tiro no pé. Nesse caso, melhor é gastar o dinheiro pedindo uma tele-entrega de uma pizza calabresa banhada na gordura e tomar Coca-Cola Ligh pra fantasiar regime.

27.2.11

O filme da Festa Nacional da Vindima



Queria fazer um comercial da Festa da Vindima como aqueles mais legais do Zaffari, dirigidos pelo Zé Pedro Goulart. A ideia da criança correndo pelos parreirais, vendo as pessoas cozinhando, colhendo a uva e preparando a mesa no pátio da casa para a comemoração, existia desde o momento em que surgiu a possibilidade de eu criar e dirigir esse filme. Resgatar a verdadeira origem da festa, a colheita da uva (que é o que 'vindima' significa), não é nenhuma novidade. Mas eu queria fazer disso uma coisa sensorial, procurando afastar bastante da forma com que vem sendo trabalhada a Festa da Uva em Caxias nos últimos anos. Por isso apostei em uma criança como protagonista. Ele tem quatro anos de idade e esta é a primeira festa da vindima que ele vai ver. Por isso, tudo é curioso e encantador, quase mágico.



Ter encontrado o Rodrigo Molon, que tem justamente quatro anos, foi o grande trunfo do filme. Não poderia haver outro menino que fosse tão inteligente, tão cheio de carisma e tão profissional quanto ele. Durante as duas diárias, convenci ele de que tudo o que estávamos fazendo era uma brincadeira, de que tudo era uma grande diversão. Quem se divertiu, no fim, fui eu. Graças em parte ao @marcusvtonin, que estreou como diretor de produção com pé direito. Check it out!

      
      
      
      
      


Ficha Técnica:

Cliente: Comissão Organizadora da Fenavindima/Vitrine Propaganda
Agência: Candoo Comunicação e Branding
Produtora: Cosmonauta Filmes
Direção e roteiro: Juliano Carpeggiani
Direção de produção: Marcus Vinícius Tonin
Direção de fotografia: Alesi Ditadi
Assistentes de fotografia: Luciano Paim e Evandro Brito
Direção de arte: Carolina Michelon
Assistentes de arte: Silvia Letícia Ferreira, Paulo Roth e Fernanda Roth
Produção de set: Fabiane Veadrigo
Produção de elenco: Méuri Molon
Assistentes de produção: Cássio Pedron e Camila Pauletti
Assistente de direção: Paula Wegner Leite
Montagem e finalização: Pablo Martinez
Jingle: Sona Produtora de Som
Making of: Renan Lovison
Foto still: Sabrina Boff